sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Experiências de liberação da linguagem e do pensamento 2

Estímulo visual pode ajudar a desenvolver a criatividade escrita

O ensaísta David Perkins criou, em A Banheira de Arquimedes, um exercício para estimular pensamentos criativos que podemos aplicar à produção de textos. Ele apresenta dois desenhos com linhas simples, que sugerem um significado, mas solicita uma interpretação que não seja óbvia.

A legenda mais comum ao Desenho 1 é: quatro elefantes examinando uma laranja.
A do Desenho 2 é: um homem de gravata-borboleta preso no elevador.
Perkins, então, pede outros títulos para os desenhos: como romper com a solução conhecida para sair por aí sem rumo no espaço das possibilidades? Algumas respostas para o Desenho 1 que Perkins obteve: quatro pregos ou quatro exclamações competindo pelo mesmo ponto; quatro pregos para o mesmo buraco etc.
Crie a sua solução para os dois desenhos e, em seguida, aplique o mesmo esforço a textos, ao responder a esta versão do exercício:
Veja uma cena qualquer, uma imagem, uma forma ao acaso. Imagine um título para essa cena, uma situação qualquer que lhe dê contexto, mas descarte a que lhe pareça mais previsível.




Mapa mental

Exercício ensina a fazer texto a partir dos derivados de uma só palavra

A consultora de comunicação Renata Di Nizo apresenta uma série de exercícios de texto em Escrita Criativa - O Prazer da Linguagem (Summus Editorial, 2008: 113-4), dos quais um trabalha com a capacidade de reproduzir palavras.
Instruções: separe uma caixa de lápis colorido e uma folha de papel A3 ou A4. Escolha uma palavra-chave. Escreva-a no centro da folha. Faça associações livres, unindo as ideias aleatoriamente. Se preferir, selecione algum tema que o mobilize internamente.
Como exemplo, Renata sugere como palavra-chave o termo "criança". Criança lembra o quê? - pergunta a autora. Ela sugere que a pessoa anote as associações espontâneas, desenhando linhas assimétricas, como troncos ou galhos. Ao esgotar uma linha, deve perguntar-se de novo ao que a palavra nos remete, até preencher a folha com muitas ideias atreladas umas às outras, cada palavra escrita numa cor diferente (o lado direito do cérebro enxerga o mundo colorido).
Uma vez concluído o mapa mental, escreva um texto em torno da palavra-chave, sem se preocupar com os aspectos formais de linguagem. Use de cinco a vinte minutos na tarefa. Se houver alguma ruptura no fluxo de ideias, olhe o mapa e pegue alguma palavra que lhe pareça inspiradora.
Outro exercício sugerido por Renata é fazer uma história nascer de uma só palavra. A partir de uma palavra-semente (como "azeitona" "economia", "pensionato", "trânsito"), a pessoa deve escrever, entre um e três minutos, lembranças, sensações, movimento, um resumo de história, por livre-associação, "sem parar, sem pensar em frases ou em um texto", escreve a autora.



Fonte: http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11730

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