segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Barroco - poesias satíricas

Leia e responda ao que se pede:

I- Poema Barroco: Gregório de Matos – séc XVII

Triste Bahia! Ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado!
Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mi abundante.

A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e tem trocado
Tanto negócio e tanto negociante.

Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.

Oh quisera Deus que de repente
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!
***
II- Canção: Caetano Veloso – década de 70

Triste Bahia, oh, quão dessemelhante estás
E estou do nosso antigo estado
Pobre te vejo a ti, tu a mim empenhado
Rico te vejo eu, já tu a mim abundante
Triste Bahia, oh, quão dessemelhante

A ti tocou-te a máquina mercante
Quem tua larga barra tem entrado
A mim vem me trocando e tem trocado
Tanto negócio e tanto negociante

Triste, oh, quão dessemelhante, triste…
Pastinha já foi à África
Pastinha já foi à África
Pra mostrar capoeira do Brasil
Eu já vivo tão cansado
De viver aqui na Terra

Minha mãe, eu vou pra lua
Eu mais a minha mulher
Vamos fazer um ranchinho
Todo feito de sapê, minha mãe eu vou pra lua
E seja o que Deus quiser

Passos:
1- Leitura dos dois poemas acima.
2- Discutir sobre o tema provocado pela letra  da música: “Os elementos citados, como Bahia, pobreza, máquina mercante, entre outros, se associam ao quadro político-econômico do país na época: valeria a pena, em nome do desenvolvimento econômico do país, abrir as portas ao capital estrangeiro e suprimir a liberdade de expressão? Comentar sobre esta “pobreza” política e espiritual de um país que já tinha sido livre e alegre no passado.
3- Em seguida, observar os aspectos formais do poema (letra da música): a disposição dos versos, a seleção do vocabulário. Comparamos a linguagem barroca com a modernista.
4- Os alunos são desafiados a criar um poema, tomando os dois versos iniciais de Gregório de Matos, como o fez Caetano, e dessem continuidade ao poema, falando de sua cidade ou de seu país hoje.
 
 
Nota: não sei qual é a fonte.

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