segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Do mundo da leitura para a leitura do mundo

(PUCRS – 2009)

 TEXTO 1

A literatura constitui modalidade privilegiada de leitura, em que a liberdade e o prazer são virtualmente ilimitados. Mas, se a leitura literária é uma modalidade de leitura, cumpre não esquecer que há outras, que desfrutam, inclusive, de maior trânsito social. A competência nessas outras modalidades de leitura é anterior e condicionante da participação no que se poderia chamar de capital cultural de uma sociedade e, consequentemente, responsável pelo grau de cidadania de que desfruta o indivíduo. (...)

Assim, no contexto de um projeto de educação democrática, vem à frente a habilidade de leitura, essencial para quem quer ou precisa ler jornais, assinar contratos de trabalho, procurar emprego através de anúncios, solicitar documentos na polícia, enfim, para todos aqueles que participam, mesmo que à revelia, dos circuitos da sociedade moderna, que fez da escrita seu código oficial.

Mas a leitura literária continua sendo fundamental.

É à literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam os diferentes imaginários, sensibilidades, valores e comportamentos através dos quais uma sociedade expressa e discute, simbolicamente, seus impasses, seus desejos, suas utopias. Por isto, a literatura é importante no currículo escolar: o cidadão, para exercer plenamente sua cidadania, precisa apossar-se da linguagem literária, alfabetizar-se nela, tornar-se seu usuário competente. Mesmo que nunca vá escrever um livro, ele precisará ler muitos.

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1999.21)



Segundo a autora, a leitura do texto literário

A) é mais importante do que a leitura dos demais tipos e gêneros de textos que circulam no cotidiano.

B) constitui uma forma de estimular o leitor a eventualmente tornar-se um escritor.

C) é um privilégio, já que depende de meios virtuais, inacessíveis a boa parte da população.

D) demanda um esforço de apropriação por parte do leitor, para além da competência básica.

E) é condicionada pelo grau de cidadania de cada Indivíduo



(PUCRS – 2009)



TEXTO 2

Quando eu estava no Curso Colegial, meu professor de inglês fez uma pequena marca de giz no quadro-negro, e perguntou à turma o que era aquilo. Passados alguns segundos, alguém disse: ‘É uma marca de giz no quadro-negro!’

O resto da classe suspirou de alívio, porque o óbvio havia sido dito, e ninguém tinha mais nada a dizer. ‘Vocês me surpreendem’, falou o professor. ‘Fiz o mesmo exercício ontem, com uma turma do Jardim de Infância, e eles pensaram em umas cinquenta coisas diferentes: o olho de uma coruja, um inseto esmagado, e assim por diante. Eles estavam com a imaginação a todo vapor’.

Nos dez anos que vão do Jardim ao Colegial, havíamos aprendido a encontrar a resposta certa, mas havíamos perdido a capacidade de procurar outras respostas certas, e também perdido muito em capacidade imaginativa.



Um toc na cuca. São Paulo: Ed. São Paulo. (fragmento adaptado)
In: http://internativa.com.br/artigo_criatividade. (acessado em 24/10/2008)



A partir da leitura do texto 2, é correto concluir que:

( ) O questionamento feito a propósito da marca de giz gerou ansiedade porque os alunos temiam o professor.

( ) Na situação referida, o objetivo do professor era mais formativo do que informativo.

( ) Os professores do Jardim de Infância mencionado eram mais qualificados do que os de Inglês.

( ) A escola em que estudou o autor do texto estimulava a criatividade desde o Jardim de Infância.

( ) É possível haver mais de uma solução para o mesmo problema.



O preenchimento correto dos parênteses, de cima para baixo, é

A) F – F – V – V – F

B) V – F – V – V – V

C) F – V – F – F – V

D) V – F – F – F – F

E) V – V – V – F – V

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