quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Poema-código



Atividade
1. Interprete o poema, utilizando o código adotado pelo poeta.
2. Sugira outros nomes paras as figuras, a fim de compor outras ideias.
3. Crie um poema-código.

As quatro gares - releitura



Produção Textual

    Faça uma releitura do poema de Oswald de Andrade.
Sugestões:
1 - Paixão nacional: futebol - mulheres - carnaval
2 - As quatro estações : outono - inverno - primavera - verão
3 - Os sete pecados capitais: avareza - inveja - ira - preguiça - gula - luxúria - vaidade
4 - Fases do amor: namoro - noivado - casamento (divórcio)
5 - Fases da lua: nova - cheia - minguante - crescente

Siga algumas das características do Modernismo 1a fase:
- Liberdade de expressão;
- Incorporação do cotidiano;
- linguagem coloquial;
- inovações técnicas: verso livre; destruição de nexos; paronomásia; enumeração caótica; colagem e montagem cinematográfica; liberdade no uso de sinais de pontuação.

Resenhas críticas

Fazer uma relação das propriedades de um objeto, enumerar cuidadosamente seus aspectos relevantes, descrever as circunstâncias que o envolvem.
O objeto resenhado pode ser um acontecimento qualquer da realidade (um jogo de futebol, uma comemoração solene, uma feira de livros) ou textos e obras culturais (um romance, uma peça de teatro, um filme).
A importância do que se vai relatar numa resenha depende da finalidade a que ela se presta. Numa resenha de livros para o grande público leitor de jornal, não tem o menor sentido descrever com pormenores os custos de cada etapa de produção do livro, o percentual de direito autoral que caberá ao escritor e coisas desse tipo.


A resenha pode ser DESCRITIVA ou CRÍTICA.


Resenha descritiva consta de:
I. uma parte descritiva em que se dão informações sobre o texto:
a. nome do autor (ou autores);
b. título completo e exato da obra (ou artigo);
c. nome da editora e, se for o caso, da coleção de que faz parte a obra;
d. lugar e data da publicação;- número de volumes e páginas.

Pode-se fazer, nessa parte, uma descrição sumária da estrutura da obra (divisão em capítulos, assunto dos capítulos, índices etc.). No caso de uma obra estrangeira, é útil informar também a língua da versão original e o nome do tradutor ( se se tratar de tradução).

II. uma parte com o resumo do conteúdo da obra:
a. indicação sucinta do assunto global da obra (assunto tratado) e do ponto de vista adotado pelo autor (perspectiva teórica, gênero, método, tom, etc.);
b. resumo que apresenta os pontos essenciais do texto e seu plano geral.
Na resenha crítica, além dos elementos já mencionados, entram também comentários e julgamentos do resenhador sobre as idéias do autor, o valor da obra, etc.


Exemplos:


Resenha do filme: O Senhor das Armas

Dirigido por Andrew Niccol, o filme americano “O Senhor das Armas” – 2005, narra a história de um traficante de armas nascido na Ucrânia e que se torna poderoso nos EUA.
 O traficante Yuri Orlov, Nicolas Cage, viaja o mundo, em algumas das mais perigosas zonas de guerra, negociando armas. O que não é um negócio fácil já que é perseguido incansavelmente por agentes da Interpol, além disso, seus clientes são conhecidos ditadores do mundo.
O negócio é lucrativo, já que muitas são as regiões em conflito e poucas são as intervenções do governo americano em restringir o número de fabricação de armas e de seus usuários. O que não falta no nosso personagem são estratégias de venda e de entrega das mercadorias. Yuri sabe que se não for ele a fazer negócio outro fará.
O que nos faz pensar o que vale mais: a consciência ou o poder. Afinal, o tráfico de armas parece ser uma fonte bastante rentável, mas será que é possível dormir com a consciência tranqüila?


Resenha Crítica: WALL-E

Com estreia mundial em junho de 2008, “WALL-E” é um longa-metragem de animação da Pixar, distribuído pela Disney, e dirigido por Andrew Stanton, que também dirigiu Procurando Nemo. O filme nos traz temas atuais: a produção de lixo, o consumismo exarcebado e o sedentarismo humano.
Enquanto a população mundial navega temporariamente em uma nave pelo espaço, o robô WALL-E, nosso protagonista, vaga pelo planeta Terra, realizando a tarefa árdua a qual ele foi programado a fazer: compactar o lixo do planeta. Sozinho, colecionando inúmeros objetos humanos que ele encontra durante a limpeza. Até que um dia surge repentinamente uma nave, que traz um novo e moderno robô: Eva. WALL-E logo se apaixona pela recém-chegada, que tem a importante missão de verificar as condições de vida do Planeta.
Mas a história vai além da paixão de nosso robozinho. Ela nos remota a questões atuais como a produção e o destino de tolenadas de lixo despejados pelo homem no planeta.  Comportamento de uma sociedade consumista, que não se preocupa com questões ambientais: como a redução, reutilização e reciclagem de materiais usados nos sistemas de produção e consumo ou a adoção de um estilo de vida que acentue a qualidade de vida e previna o dano ao meio ambiente.
 Os benefícios da tecnologica, no primeiro momento, podem facilitar nossa vida e economizar nosso tempo. Mas, a partir do momento que vivemos em função dela, e não ao contrário, pode levar o homem ao sedentarismo. Por exemplo, comprar produtos variados pela internet nos faz economizar tempo e solas de sapato, mas, por outro lado, aumenta o peso na balança. Se correria do dia-a-dia não nos permite a uma alimentação saudável ou a frequentar uma academia, podemos fazer de nossas pequenas tarefas diárias exercícios que nos mantenham em forma.
Se houver no filme qualquer semelhança com a realidade, não é mera coincidência -  WALL-E  não é ficção, é uma metáfora da sociedade hoje.


Produção textual: resenha crítica

Agora é a sua vez, escolha um filme, um livro, um cd e faça a sua resenha.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Poesia em ação

Título: Poesia em Ação:   palavra & imagem & movimento

Resumo: O projeto “Poesia em ação: palavra & imagem & movimento” foi aplicado com os alunos do 1º ano do Ensino , durante os meses de agosto e setembro de 2009. Entre os objetivos propostos, permitir os alunos conhecerem espaços virtuais que disponham de acervos literários de domínio público, revistas eletrônicas e experimentações literárias que despertem o gosto pela leitura e a criação de textos poéticos em meio-eletrônico. Para a realização do trabalho, a sala de informática foi espaço essencial, já que a maioria das atividades foi desenvolvida nela. Na primeira etapa, os alunos navegaram livremente pelo site do Nupill (http://www.nupill.org/) - O Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Linguística – que é vinculado ao Curso de Pós-Graduação em Literatura e ao Departamento de Línguas e Literaturas Vernáculas, do Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina. Na segunda etapa, orientados pela professora, leram poesias virtuais que circulam no site do Nuppil, no site oficial de Arnaldo Antunes (http://www.arnaldoantunes.com.br/) e no de Augusto de Campos (http://www.augustodecampos.com.br/), analisando-as e identificando características próprias do texto. Conforme Patrícia Ferreira da Silva Martins, no artigo “Poesia e tecnologia” - Revista texto digital no 04 – site do Nuppil, “Com o uso da teoria da informação, do cálculo de probabilidade e da hipertextualidade, surge uma poesia que passa a ser chamada de poesia virtual. A interatividade, nessa forma de poesia, é total. O poema virtual exige algumas habilidades técnicas por parte do leitor (que se torna co-autor); ele se torna uma obra coletiva, inacabada, indeterminada e em processo.”   Em seguida, estabeleceram relação entre a poesia virtual e a poesia “tradicional”. Segundo Kac "A poesia virtual leva a linguagem a dimensões ainda não vistas da experiência verbal. Essa poesia explora uma nova sintaxe, feita de animação linear ou não-linear, hyperlinks, interatividade, textos em tempo real, descontinuidade espaço-temporais, auto-similaridade, espaços sintéticos, imaterialidade, relações diagramáticas, tempo visual, múltiplas simultaneidades e muitos outros procedimentos inovadores." (http://www.ekac.org/jtpoesia.html). Na etapa final, abastecidos de informações,  elaboraram, em duplas, poesia virtuais, utilizando como ferramenta o apresentador de slides no programa do Linux. Da realização do projeto, fica claro o quanto a Internet hoje tem sido não só um espaço importante para divulgação de textos que fazem parte do nosso acervo literário, mas também um espaço de criação e experimentações lingüísticas, mesclando muitas vezes literatura e arte.  O que facilita a aproximação entre aluno e o texto literário em meio eletrônico, já que essa se dá pela intimidade que o jovem tem com os recursos disponíveis nas novas tecnologias. Por isso, a criação de textos poéticos em meio eletrônico tornou as aulas de Literatura muito mais dinâmicas pelos recursos eletrônicos, além de estimular a criatividade e a criticidade dos alunos nas leituras e na produção dos textos.

Palavras-chave: nupill - poesia virtual - tecnologia

Pão-por-Deus

O Pão-por-Deus consiste na combinação de duas artes: a literária e a plástica, cultivado pelos moradores do litoral catarinense. Na literatura, expressa-se em forma de quadras de sete sílabas poéticas (redondilhas maiores). Na plástica, manifesta-se através do  papel recortado. A configuração do recorte estiliza um coração, porém pode ser apresentado com outras formas. Nesses corações, os versos são escritos e enviados a um(a) amigo(a), namorado(a) ou a qualquer outra pessoa a que se deseja fazer um agrado.





Observe alguns exemplos:
“Peço-peço é passarinho
Primo irmão do espero-espero.
Quando vem teu pão-por-Deus
Nas asas de um quero-quero?”
(Flávio José Cardozo)

“Lá vai meu coração
Neste pobre pão-por-Deus.
Se por mim possuis piedade,
Manda-me também o teu.”
(Alcides Buss)

“As estrelas são meu teto,
Teu coração é um ninho.
Se me deres pão-por-Deus
Eu me faço passarinho.”
(Hugo Mund Júnior)

“O sossego disse adeus,
O silêncio me consome.
Manda urgente pão-por-Deus,
Aceito por telefone.”
(Ieda Inda)

De pão-por-Deus só peço um beijo,
Um beijo pequeninho assim,
Pois, pobre de mim, sou tão feio
E tua formosura é sem fim.
(Jair Francisco Hamms)

Desce a lua, sobe o sol;
Desce o sol, lá sobe a lua.
Se me deres pão-por-Deus,
Minha vida é toda tua.
(Júlio de Queiroz)

      O Pão-por-Deus que são enviados como missivas de amor, amizade ou simpatia hoje tem sua origem em Portugal e nas ilhas de Açores. Alguns historiadores informam que recebemos de nossos patrícios apenas a expressão pão-por-Deus, pois essa arte tão antiga correspondia a um pedido com forma e objetivo diferentes. Lá o Pão-por-Deus era uma solicitação oral feita por garotos, os quais pediam pão e guloseimas aos adultos. O dia do peditório acontecia dia 1º de novembro ou dia 2 (Dia de Finados).

Fontes
1) Cadernos da Cultura Catarinense. Florianópolis, abril a  junho 1985, p.8,9 e 10.
2) Vecchietti – Pão-por-Deus / Alcides Bus set al.Florianópolis : Garapuvu, 2002.

Atividade

Produza um pão-por-Deus a alguém que você deseja fazer um pedido, seguindo os modelos acima.

Classificados Poéticos

Classificados Poéticos
(Roseana Murray)

Texto 1:
Menino que mora num planeta
azul feito a cauda de um cometa
quer se corresponder com alguém de outra galáxia.
Neste planeta onde o menino mora
as coisas não vão tão bem assim:
o azul está ficando desbotado
e os homens brincam de guerra.
É só apertar um botão
que o planeta Terra vai pelos ares...
Então o menino procura com urgência
alguém de outra galáxia
para trocarem selos, figurinhas
e esperanças.


Texto 2:
Procura-se algum lugar no planeta
onde a vida seja sempre uma festa
onde o homem não mate
nem bicho nem homem
e deixe em paz
as árvores da floresta.

Procura-se algum lugar no planeta
onde a vida seja sempre uma dança
e mesmo as pessoas mais graves
tenham no rosto um olhar de criança.


Texto 3:
Troco um fusca branco
por um cavalo cor de vento
um cavalo mais veloz que o pensamento
Quero que ele me leve pra bem longe
e que galope ao deus-dará
que já me cansei deste engarrafamento...


Texto 4:
Perdi maleta cheia de nuvens
e de flores,
maleta onde eu carregava
todos os meus amores embrulhados
em neblina.
Perdi essa maleta em alguma esquina
e algum sonho
e desde então eu ando tristonho
sem saber onde pôr as mãos.
Se andando pelas ruas
você encontrar a tal maleta,
por favor, me avise em pensamento
que eu largo tudo e vou correndo...


Texto 5:
Vende-se uma casa encantada
no topo da mais alta montanha.
Tem dois amplos salões
onde você poderá oferecer banquetes
para os duendes e anões
que moram na floresta ao lado.
Tem jardineiras nas janelas,
onde convém plantar margaridas.

Tem quartos de todas as cores
que aumentam ou diminuem
de acordo com o seu tamanho
e na garagem há vagas
para todos os seus sonhos.

Atividade

Escreva uma classificado poético seguindo os exemplos acima.

Crônica 1


"A crônica não tem pretensão de durar, uma vez que é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo acaba tão depressa. Ela não foi feita originalmente para o livro, mas para essa publicação efêmera que se compra num dia e no dia seguinte é usada para embrulhar um par de sapatos ou forrar o chão da cozinha."
Antônio Candido

"Quando um cara tem coragem de gritar que está sofrendo, fatalmente encontra alguém que o compreende e, algumas vezes, o ame. Isso não dá apenas samba. Dá crônica também."
Carlos Heitor Cony

"O exercício da crônica é testemunho de nosso tempo. A crônica, conta conversas, recolhe frases, observa pessoas, registra situações, tudo com um olhar lúdico de quem quer superar a realidade sufocante."
Jorge de Sá
Assista ao vídeo: "O poder das refeições" de Lya Luft


A crônica


A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado no jornal. Assim o fato de ser publicada no jornal já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas próximas edições.

Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista se inspira nos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica. Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não contém. Com base nisso, pode-se dizer que a crônica situa-se entre o Jornalismo e a Literatura, e o cronista pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia.

A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista. Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo
. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam. Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se ntifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.

Há diferentes estilos de crônicas, associados ao perfil de quem as escreve. Todos os estilos, porém, acabam por encaixar-se em três grandes grupos de crônica: as poéticas, as humorísticas e as que se aproximam dos ensaios. Estas últimas têm tom mais sério e analisam fatos políticos, sociais ou econômicos de grande importância cultural.


        Leia a crônica de Moacir Sclyar, reproduzida do jornal Folha de S. Paulo,


Pobre Pequeno Príncipe, perdido em pérfido planeta


Os destroços do avião do escritor e piloto francês Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro "O Pequeno Príncipe", foram descobertos no litoral de Marselha, quase 60 anos após seu desaparecimento.
Folha Online Mundo, 7.abr.2004

Como é fácil imaginar, a notícia de que o avião de Saint-Exupéry havia sido finalmente encontrado provocou grande comoção, sobretudo entre os fãs do escritor, ainda muito numerosos. De imediato, um comitê foi formado com o objetivo de trasladar os destroços do aparelho para um grande memorial a ser construído em Paris. Mas quando os encarregados da tarefa dirigiram-se ao local, uma pequena e pedregosa praia não distante de Marselha, tiveram uma surpresa.
De uma gruta próxima emergiu uma figura estranha. Era um velho, talvez octogenário, talvez nonagenário, longa barba, cabeleira desgrenhada, vestindo farrapos. Empunhando uma espécie de pequena espada enferrujada, avançou na direção dos homens:
- O que vocês querem? Deixem esses destroços aí. São do avião do grande Saint-Exupéry.
O chefe da equipe, homem culto e educado, achou que estava diante de um maluco. Mas não perdeu a calma. Em tom conciliador, explicou que os destroços seriam levados para um lugar em que todas as pessoas, inclusive leitores de Saint-Exupéry, pudessem vê-los. O velho abanou a cabeça:
- De maneira nenhuma. Os destroços do avião não saem daqui. Não enquanto Saint-Exupéry não retornar. Eu estou aqui à espera dele há 60 anos e ficarei mais de 60 anos se necessário.
E subitamente enfurecido gritou:
- Sessenta anos, vocês sabem o que é isso? Sessenta anos. Eu era um menino lindo, loirinho, quando vim para cá, diretamente do asteróide B 612, que vocês, aposto, nem conhecem. Agora sou um velho desdentado, reumático, um velho que passa o dia todo resmungando. Não tenho com quem falar, entendem? Não tenho com quem falar. Havia uma flor com quem eu conversava, uma bela flor, mas ela morreu há muito tempo. Havia também uma raposa, muito esperta, que me dizia coisas inteligentes; sumiu. Quanto ao Saint-Exupéry...
Enxugou os olhos:
- Não sei dele. Mas prometi a mim próprio que cuidaria dos restos de seu avião até que voltasse. E cumprirei minha promessa, custe o que custar.
O chefe da equipe tentou de novo ponderar que aquilo não tinha sentido:
- O senhor está vendo, o tempo passou, o mundo mudou...
O velho olhou-o um instante e depois disse em tom de desprezo:
- O mundo mudou? Não é isso o que eu vejo. O meu mundo continua o mesmo. É isso o que eu vejo, e eu é que estou certo. O senhor vê mal as coisas, amigo. O senhor não sabe que, como disse um escritor cujo nome já não lembro, o essencial é invisível para os olhos?
Jogou sobre os ombros o rasgado manto que tinha nas mãos, colocou sobre a cabeça a coroa agora muito pequena, e lá se foi ele, o velho Pequeno Príncipe.


Exercícios


1. A crônica não reproduz a realidade, mas uma visão recriada dessa realidade pela capacidade lírica e ficcional do cronista. Responda.


a) A partir de que acontecimento real foi gerado o assunto da crônica?


b) Que situação inusitada é apresentada na crônica?


2. Identifique as afirmações que, de acordo com o tipo de texto, identificam uma crônica ou uma notícia.


a) Os fatos, acontecimentos e situações são comentados a partir de uma visão subjetiva, incluindo elementos como ficção, fantasia, criticismo.


b) Tem como propósito comunicativo informar, registrar o acontecimento de modo impessoal.


c) Tem como propósito comunicativo entreter, provocar reflexões sobre um fato, expondo uma forma pessoal de compreender esse fato.


d) Faz uso de uma linguagem simples, coloquial e despretensiosa, mas com lirismo e singularidade.


e) Trata os fatos do cotidiano, de interesse da comunidade.


f) Faz uso da linguagem formal, usando uma das normas urbanas de prestígio e pautando-se pela tradição gramatical.


Atividade retirada do Livro ”Diálogo” – edição renovada, 9º ano.



 Produção de texto


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1. Agora, escolha uma das notícias e imagine-se no lugar do cronista que vai dar ao fato uma nova visão. Responda as questões a seguir:
a) O que esse fato desperta em você: surpresa, ironia, riso...?
b) Que personagens podem participar dos fatos?
c) Em que espaço as cenas ocorrerão?
d) Que situação inesperada pode finalizar a narrativa?

2. A partir do que refletiu, escreva uma crônica. Comente esse fato, de modo que o seu ponto de vista, a sua forma pessoal de ver fique evidente.