sexta-feira, 20 de julho de 2012

Projeto: Ecologia na rede


PROJETO ECOLOGIA NA REDE





NOME DA ESCOLA: E.E.B. GIOVANI PASQUALINI FARACO.
NOME DA EQUIPE: GUARDIÕES DO RIO


OBJETIVO DO BLOG:

Objetivo geral:

Envolver toda comunidade escolar com as questões de educação e conservação ambiental e, principalmente, de revitalização do espaço no entorno do rio Cachoeira e da escola.

Objetivos específicos:

- Analisar, argumentar e posicionar-se criticamente em relação a temas ambientais que envolvam o nosso bairro e o rio Cachoeiro.
- Implementar diversas medidas de restauração e conservação ambiental das áreas localizadas nos terrenos próximos da escola e do rio Cachoeira.
- Criar um espaço virtual de diálogo com alunos e moradores do bairro.
- Respeitar o rio e vida em toda a sua diversidade.


PÚBLICO A QUEM SE DESTINA:

O blog está destinado principalmente aos estudantes e demais membros da comunidade escolar, utilizando, portanto, uma linguagem mais dinâmica, ao gosto do público jovem, sem esquecer da seriedade e vericidade das informações.


IDENTIFICAÇÃO E APRESENTAÇÃO:

 Tema do Blog:

O tema escolhido pela equipe é o Rio Cachoeira e a revitalização dos espaços – praças, jardins, pontes, calçadas – circundantes do mesmo.

Problematização:

Nossa escola localiza-se entre os bairros Costa e Silva e Santo Antônio, Joinville/SC e é vizinhado rio Cachoeira. No primeiro encontro da equipe, identificamos o abandono, em alguns trechos, do Rio Cachoeira: trechos sem mata ciliar, lixo espalhados nas proximidades e mesmo no rio, a vegetação invadindo os espaços e dificultando a passagem dos transeuntes, o ar de abandono. Além disso, falamos e cobramos ações dos outros relacionadas ao meio-ambiente, ações em prol da sustentabilidade e esquecemos do nosso espaço, da importância das nossas praticas locais. 


PLANEJAMENTO DO TRABALHO (Cronograma prévio):

Durante os próximos meses, os alunos organizarão textos diversos (artigos de opinião, enquetes, entrevistas, vídeos e charges) e ações alinhadas com ideias conservação e preservação do meio-ambiente, com o intuito de sensibilizar e envolver toda a comunidade escolar na revitalização dos espaços próximos do rio e da escola.

Propomos as seguintes ações:
1.    Encontros semanais com a equipe – as sextas-feiras.
2.    Observação diária das questões ambientais que envolvem o rio Cachoeira e o bairro e os impactos na vida social.
3.    Leituras individuais de jornais e revistas para levantamento de pautas.
4.    Pesquisa na internet sobre as questões ambientais relacionadas ao rio Cachoeira.
5.    Criação de textos e vídeos diversos de acordo com as pautas propostas.
6.    Revisão dos textos, edição dos vídeos e postagem.
7.    Divulgação do blog na escola através de encontros com as turmas, de e-mail e de redes sociais (Orkut, twitter, facebook)
8.    Ação direta entre escola e comunidade através de promoções e eventos a serem definidos.
9.    Entrevistas e enquetes.
10. Avaliação das ações da equipe e do resultado do blog.


FORMAS DE AVALIAÇÃO:

As avaliações serão constantes através de enquetes e dos comentários postados pelos visitantes.

Acesse ao blog:
http://guardioes-do-rio.blogspot.com.br/


domingo, 8 de julho de 2012

O anão e o príncipe



Texto II, para responder a questão 1

O anão e o príncipe 


Aproveitei os feriados da semana passada para curtir algumas releituras que há muito vinha adiando. Não chegou a ser um fato heroico em minha biografia: choveu nesses dias dedicados a Tiradentes e à Consciência Negra. 

Com chuva, o Rio é uma cidade como outra qualquer: não se tem muita coisa a fazer. O melhor mesmo é aproveitar o tempo ― que de repente fica enorme e custa a passar ― em revisitar os primeiros deslumbramentos, buscando no passado um aumento de pressão nas caldeiras fatigadas que poderão me levar adiante ― embora isso não me adiante muito. 

De qualquer forma, é uma força que se busca e que não depende da generosidade de ninguém. Tranquei-me no escritório, desliguei computador, telefone e campainha e reli, ao todo, de uma só tirada, quatro livros que há muito me prometera reler todos os anos. 

Leituras antigas, de um tempo em que estava longe a ideia de um dia escrever um livro. Bem verdade que, às vezes, vinha a tentação de botar para fora alguma coisa, sem confessar isso a ninguém, eu me julgava um projeto de escritor, mas sem fanatismo, e desde que não precisasse botar os bofes para fora. 

Carlos Heitor Cony. 


QUESTÃO 1

Considerando o texto II, julgue os itens a seguir, assinalando (V) para os verdadeiros e (F) para os falsos. 

0.( ) As palavras “heroico” (linha 3) e “ideia” (linha 18), de acordo com a nova reforma ortográfica, não estão grafadas corretamente, pois não apresentam o acento agudo. 

1.( ) A expressão conotativa “desde que não precisasse botar os bofes para fora” (linhas 21 e 22 ) significa que o autor tinha como projeto ser um escritor, mas não gostaria de se cansar demais trabalhando. 

2.( ) O texto de Cony é literário porque apresenta a função poética como predominante e o foco narrativo em terceira pessoa, tendo o próprio narrador como personagem principal. 

3.( ) As expressões “releituras” (linha 2), “revisitar” (linha 8), “buscando no passado” (linha 9) e “Leituras antigas” (linha 17) deixam claro que os quatro livros que o narrador pretende ler já foram obras lidas por ele no passado. 

4.( ) A conclusão a que chega o narrador é que não se deve peregrinar através da narrativa e nem se defrontar com o passado.

Sinopse

Leia com atenção as definições do Dicionário Houaiss para sinopse. 

Sinopse. s. f. relato breve, síntese, sumário (de um filme, de um livro, de uma ópera); em revista científica, apresentação concisa da matéria de um artigo, de um comunicado etc. e que, para dar ao leitor um apanhado do texto integral, é colocada entre este e o título. 
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. 1.ª reimpressão. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. p. 2581. 


Como água para chocolate 

Sinopse: Baseado em romance do mesmo nome, de Laura Esquivel, Como Água Para Chocolate acompanha a história de um camponês chamado Pedro (Marco Leonardi) que, em 1910, em plena Revolução Mexicana, apaixona-se por Titi (Lumi Cavazos). Ele quer voltar para a Guerra, mas ela o enfeitiça com seu amor e seus dotes culinários. Podia ser apenas mais uma história de amor, mas trata-se de um dos mais belos filmes do cinema latino-americano em todos os tempos. Foi a produção estrangeira de maior bilheteria nos Estados Unidos em 1993. DVD Video. Romance. Duração aprox.: 104 minutos. NTSC. 


Brazil – O Filme 

Sinopse: Não, não se passa em terras brasileiras a visão de Terry Gilliam para o futuro, com um estado burocrático, ineficiente, mas obstinado em cercear a liberdade dos cidadãos como nas histórias de George Orwell. “Brazil” vem apenas da música de Ary Barroso. Revista Monet, n.º 50, maio de 2007, p. 41. 

a) Com base na definição de Houaiss, aponte se ambos os textos podem ser considerados sinopses. Por quê? 

b) Retire do(s) texto(s) que você apontou como sinopse, no item a, dois elementos que caracterizam a construção desse gênero textual.


Arcadismo X Romantismo


Questão 1

Texto 1

Enquanto pasta alegre o manso gado,
Minha bela Marília, nos sentemos
À sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos
Na regular beleza,
Que em tudo quanto vive, nos descobre
A sábia natureza.
(Marília de Dirceu, Lira XIX, 1.ª parte)

Texto 2

Como cheirosa e doce a tarde expira!
Do amor e luz inunda a praia bela!
E o sol já roxo e trêmulo desdobra
Um íris furta-cor na fronte dela!
(...)
Se ela estivesse aqui! no vale agora
Cai doce a brisa morna desmaiando:
Nos murmúrios do mar fora tão doce
Da tarde no palor viver amando!
(“Tarde de verão”, Lira dos vinte anos)


Vocabulário: palor: palidez

Os dois fragmentos apresentam diferentes concepções de paisagem decorrentes tanto da situação tematizada quanto das tendências estilísticas de época. 


a) Apresente, pelo menos, dois versos de cada fragmento que revelam essas diferentes concepções (ou impressões) da paisagem.

b) Considerando os movimentos literários (ou estilos de época) a que pertencem os fragmentos, discorra sobre essa diferença no tratamento da paisagem.

Análise do conto: Apelo

Leia o texto a seguir e responda ao que se pede.

Apelo
Dalton Trevisan

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.

Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.

Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor. 


a) Identifique e escreva qual é o tema do conto, o tipo de narrador e o espaço (ou espaços) em que se passa a ação. 


b) Em relação à compreensão do conto, discorra sobre as relações que podem ser estabelecidas entre o tema, o tipo de narrador e o espaço (ou espaços) em que se passa a ação.

Análise do conto: Continuidade dos parques


Continuidade dos parques

Havia começado a ler o romance uns dias antes. Abandonou-o por negócios urgentes, voltou a abri-lo quando regressava de trem à chácara; deixava interessar-se lentamente pela trama, pelo desenho dos personagens. Essa tarde, depois de escrever uma carta ao caseiro e discutir com o mordomo uma questão de uns aluguéis, voltou ao livro com a tranquilidade do gabinete que dava para o parque dos carvalhos. Esticado na poltrona favorita, de costas para a porta que o teria incomodado como uma irritante possibilidade de intrusões, deixou que sua mão esquerda acariciasse uma e outra vez o veludo verde e começou a ler os últimos capítulos. Sua memória retinha sem esforço os nomes e as imagens dos protagonistas; a ilusão romanesca ganhou-o quase imediatamente. Gozava do prazer quase perverso de ir descolando-se linha a linha daquilo que o rodeava e de sentir ao mesmo tempo que sua cabeça descansava comodamente no veludo do alto encosto, que os cigarros continuavam ao alcance da mão, que mais além das janelas dançava o ar do entardecer sob os carvalhos. Palavra a palavra, absorvido pela sórdida disjuntiva dos heróis, deixando-se ir até as imagens que se combinavam e adquiriam cor e movimento, foi testemunha do último encontro na cabana do monte.

Antes entrava a mulher, receosa; agora chegava o amante, com a cara machucada pela chicotada de um galho. Admiravelmente ela fazia estalar o sangue com seus beijos, mas ele recusava as carícias, não tinha vindo para repetir as cerimônias de uma paixão secreta, protegida por um mundo de folhas secas e caminhos furtivos. O punhal se amornava contra seu peito e por baixo gritava a liberdade refugiada. Um diálogo desejante corria pelas páginas como riacho de serpentes e sentia-se que tudo estava decidido desde sempre. Até essas carícias que enredavam o corpo do amante como que querendo retê-lo e dissuadi-lo desenhavam ame a figura de outro corpo que era necessário destruir. Nada havia sido esquecido: álibis, acasos, possíveis erros. A partir dessa hora cada instante tinha seu emprego minuciosamente atribuído. O duplo repasso sem dó nem piedade interrompia-se apenas para que uma mão acariciasse uma bochecha. Começava a anoitecer.

Já sem se olharem, atados rigidamente à tarefa que os esperava, separaram-se na porta da cabana. Ela devia continuar pelo caminho que ia ao norte. Da direção oposta ele virou um instante para vê-la correr com o cabelo solto. Correu, por sua vez, apoiando-se nas árvores e nas cercas, até distinguir na bruma do crepúsculo a alameda que levava à casa. Os cachorros não deviam latir e não latiram. O mordomo não estaria a essa hora, e não estava. Subiu os três degraus da varanda e entrou. Do sangue galopando nos seus ouvidos chegavam-lhe as palavras da mulher: primeiro uma sala azul, depois uma galeria, uma escada carpetada. No alto, duas portas. Ninguém no primeiro quarto, ninguém no segundo. A porta do salão, e depois o punhal na mão, a luz das janelas, o alto encosto de uma poltrona de veludo verde, a cabeça do homem na poltrona lendo um romance.
Relato publicado no segundo volume de contos de Júlio Cortázar, Las armas secretas (1956). 

  
A narrativa de ficção 

1. Todo texto narrativo, se constrói a partir da presença de alguns elementos básicos: narrador, personagens, cenário, tempo e enredo.
a) Quem conta a história em “Continuidade dos parques”?
b) Quais são as personagens envolvidas na história? Como elas são caracterizadas?
c) O texto apresenta dois cenários. Quais são eles? O que se descobre sobre o primeiro cenário no final da história?
d) Em que intervalo de tempo a história se passa?
e) Há no texto, um acontecimento que desencadeia a ação final. Qual é ele?

2. No conto, há duas histórias narradas: a do fazendeiro-leitor e a dos amantes. Uma reflete a outra, e as duas histórias terminam por se entrelaçar. Explique como o trabalho de construção de cenário, das personagens e do enredo ajuda a promover esse efeito.

3. Após a leitura do conto, podemos afirmar que a primeira pista que Cortázar nos fornece sobre o caráter fantástico de sua narrativa é o título da história. Por quê?

4. A literatura e as demais formas de arte podem levar o ser humano a refletir sobre as angústias e alegrias da própria existência. A leitura do conto nos ajudaria a compreender melhor a realidade? Por quê?

sábado, 7 de julho de 2012

Poemas de Manoel de Barros e Arnaldo Antunes

Texto I
A doença
     (Manoel de Barros)
Nunca morei longe do meu país.
Entretanto padeço de lonjuras.
Desde criança minha mãe portava essa doença.
Ela que me transmitiu.
Depois meu pai foi trabalhar num lugar que dava
essa doença nas pessoas.
Era um lugar sem nome nem vizinhos.
Diziam que ali era a unha do dedão do pé do fim
do mundo.
A gente crescia sem ter outra casa ao lado.
No lugar só constavam pássaros, árvores, o rio e
os seus peixes.
Havia cavalos sem freios dentro dos matos cheios
de borboletas nas costas.
O resto era só distância.
A distância seria uma coisa vazia que a gente
portava no olho
E que meu pai chamava exílio.

1- A respeito da doença de que trata o título do poema de Manoel de Barros, não é correto afirmar que:
(A)a doença é de natureza conotativa, e está relacionada à sensação de distância experimentada pelo eu-lírico;
(B) a doença é de natureza conotativa, visto que é apenas uma transposição do valor referencial do vocábulo doença para o campo figurado;
(C) a doença é de natureza denotativa, e pode ser localizada no campo dos transtornos mentais;
(D)a doença a que se refere o texto é denominada “lonjuras”;
(E) alguns itens lexicais empregados no texto colaboram para a construção da temática relacionada à doença.

2- O campo semântico relacionado à doença é construído pelo emprego dos seguintes vocábulos:
(A)pessoas, doença, transmitiu, portavam;
(B) padeço, borboletas, exílio, transmitiu;
(C) pessoas, pé, costas, olho;
(D)padeço, doença, transmitiu, portavam;
(E) padeço, doença, transmitiu, constavam.

3 - A respeito da estrutura “ (...) lugar que dava essa doença nas pessoas”, pode-se afirmar que:
(A)a estrutura está de acordo com o padrão culto gramatical, visto que o pronome relativo “que”, que retoma “lugar”, é o sujeito do verbo “dar”;
(B) a estrutura está de acordo com o padrão culto gramatical, já que o verbo “dar” assume o valor de “distribuir” e tem, como objeto direto, a expressão adjetiva “essa doença”;
(C) a estrutura padrão culta correspondente é “lugar em que dava essa doença nas pessoas”, tendo em vista que “essa doença” é complemento do verbo “dar”, que tem valor de “oferecer”;
(D)a estrutura padrão culta correspondente é “lugar o qual dava essa doença nas pessoas”; e “essa doença” é sujeito do verbo “dar”, que tem valor de “acometer”;
(E) a estrutura padrão culta correspondente é “lugar em que dava essa doença nas pessoas”;  “essa doença”  é sujeito do verbo “dar”, que tem valor de “acometer”.


TEXTO II
Fora de si
                  (Arnaldo Antunes)
Eu fico louco
Eu fico fora de si
Eu fica assim
Eu fica fora de mim
Eu fico um pouco
Depois eu saio daqui
Eu vai embora
Eu fico fora de si
Eu fico oco
Eu fica bem assim
Eu fico sem ninguém em mim

4 - Uma leitura do poema de Arnaldo Antunes em que se articulam os níveis da forma e do conteúdo leva-nos à seguinte observação:
(A)o poema apresenta deslocamento e esvaziamento do eu, perspectiva que corresponde, no nível da forma, a uma subversão no uso de recursos gramaticais;
(B) o poema fala da loucura e, por isso, traz, para o nível da forma, a desconstrução sintática e fonológica típica da fala psicótica;
(C) o poema faz ver o quanto a linguagem poética não pode superar os limites impostos pela língua;
(D)o poema traz deslocamentos físicos e existenciais angustiantes, que repercutem numa espécie de linguagem onde a lógica é rompida pela dor;
(E) o poema trata do vazio existencial do homem moderno, o que, no nível da forma, se reflete nas diversas frases esvaziadas de sentido, nas quais só restam a angústia e a dor.

5 - Os recursos gramaticais que colaboram para a expressão do deslocamento/esvaziamento do eu no texto II são os seguintes:
(A)ausência de concordância de pessoa – 1ª e 3ª – nos domínios verbal e pronominal;
(B) ausência de concordância verbal e utilização de pronomes átonos no lugar de tônicos;
(C) adjetivos que expressam loucura e pronomes de 3ª pessoa;
(D)ausência de concordância na 2ª conjugação verbal e uso de pronomes possessivos;
(E) ausência de concordância de pessoa – 1ª e 3ª – e produtividade da ênclise.

6 - Quanto aos procedimentos estilísticos empregados por Arnaldo Antunes em seu poema, pode-se destacar:
(A)repetição de palavras (anáfora), metáforas e personificação;
(B) rimas, exploração expressiva do desvio sintático e redondilhas;
(C) exploração rítmica e redondilhas;
(D)repetição de palavras (anáfora) e rimas;
(E) exploração de imagens em uma estrutura mínima e ausência de ritmo.

7 - A respeito do comportamento sintático-semântico dos diversos usos do verbo ficar no poema “Fora de si”, pode-se afirmar que:
(A)na maioria dos empregos, o verbo ficar funciona como verbo intransitivo com o valor de permanecer, enquanto, no verso 5, atua como verbo de ligação com o valor de tornar-se;
(B) na maioria dos empregos, o verbo ficar funciona como verbo de ligação com o valor de permanecer, enquanto, no verso 5, atua como verbo intransitivo com o valor de tornar-se;
(C) na maioria dos empregos, o verbo ficar funciona como verbo transitivo direto, enquanto, no verso 5, funciona como verbo intransitivo, tendo nos dois casos o valor de permanecer;
(D)na maioria dos empregos, o verbo ficar funciona como verbo transitivo direto, enquanto, no verso 5, atua como verbo intransitivo, tendo nos dois casos o valor de ser;
(E) na maioria dos empregos, o verbo ficar funciona como verbo de ligação com o valor de tornar-se, enquanto, no verso 5, atua como verbo intransitivo com o valor de permanecer.

Num monumento à aspirina X Hino à dor

 TEXTO I

Num monumento à aspirina
(João Cabral de Melo Neto)

Claramente: o mais prático dos sóis,
o sol de um comprimido de aspirina:
de emprego fácil, portátil e barato,
compacto de sol na lápide sucinta.
Principalmente porque, sol artificial,
que nada limita a funcionar de dia,
que a noite não expulsa, cada noite,
sol imune às leis de meteorologia,
a toda hora em que se necessita dele
levanta e vem (sempre um claro dia):
acende, para secar a aniagem da alma,
quará-la, em linhos de um meio-dia.

Convergem: a aparência e os efeitos
da lente do comprimido de aspirina:
o acabamento esmerado desse cristal,
polido a esmeril e repolido a lima,
prefigura o clima onde ele faz viver
e o cartesiano de tudo nesse clima.
De outro lado, porque lente interna,
de uso interno, por detrás da retina,
não serve exclusivamente para o olho
a lente, ou o comprimido de aspirina:
ela reenfoca o corpo inteiro,
o borroso de ao redor, e o reafina.

1 - Sobre o poema de João Cabral de Melo Neto, pode-se afirmar que:
(A)apresenta uma dimensão metalinguística, porque vislumbra em seu objeto-tema os valores que guiam sua escrita – e toda a poética do autor – , como o “acabamento esmerado”, a forma “sucinta” e o pensamento “cartesiano”;
(B) remete diretamente a dois temas centrais da poética do autor: Recife e Sevilha, cidades que encerram valores como a racionalidade e a construção, expressos pela solaridade da “aspirina”;
(C) nega a saúde “artificial” que se conquista através da “aspirina” e, conseqüentemente, combate a idéia de uma poesia baseada apenas na “aparência” – questão central em toda a poética de João Cabral de Melo Neto;
(D)retoma o drama barroco claro/escuro, mantendo-se na tensão entre estes pólos, e a poesia, nesse sentido, assemelha-se à “aspirina”, que, inutilmente, tenta expulsar a “noite” com seu sol “portátil”;
(E) nega a linguagem poética convencional, eloquente e apegada a uma visão cientificista do real, cujo exemplo mais acabado seria a poética de Augusto do Anjos.

2 - Quanto ao título do poema de João Cabral, pode-se afirmar que:
(A)nega o ideal modernista, que buscava valorizar as coisas simples e cotidianas;
(B) constitui uma homenagem à poesia romântica, voltada para a valorização da natureza;
(C) nega os valores da poesia voltada para a natureza, ao propor a imagem de um “sol artificial”;
(D)faz uma crítica à poesia que homenageia seres e coisas sem importância, como a “aspirina”;
(E) desmonta as expectativas de homenagem a seres, coisas e fatos de grande valor histórico e/ou social.

3 - O poema “Num monumento à aspirina” apresenta reiteradamente o sinal de pontuação “dois pontos”. A respeito do uso desse sinal no texto, pode-se afirmar que:
(A) está empregado em desacordo com a escrita padrão por estar reaplicado dentro do mesmo período, o que acarreta um valor antitético;
(B) reaplicado dentro do mesmo período, nos primeiros versos de cada estrofe, traz um efeito de inclusão de idéias e assume certo valor explicativo, ao desdobrar o conteúdo anterior;
(C) não assume qualquer valor explicativo, já que constitui um recurso meramente estilístico, muito recorrente na obra de João Cabral de Melo Neto;
(D) reaplicado dentro do mesmo período, nos primeiros versos de cada estrofe, indica uma enumeração de elementos, introduzindo uma seqüência de metáforas;
(E) reaplicado dentro do mesmo período, nos primeiros versos de cada estrofe, traz um efeito de enumeração de elementos e assume valor conotativo, ao desdobrar o conteúdo anterior.

4. A respeito dos elementos que compõem a estrutura do período que se inicia no 5º verso do poema, pode-se afirmar que:
(A)os pronomes relativos “que” empregados nos versos 6 e 7 referem-se ao “sol” de que trata o poema e exercem o papel de sujeito;
(B) o período é constituído de uma oração explicativa que, por sua vez, contém três orações substantivas encaixadas;
(C) o sujeito dos verbos “levanta” e “vem” (verso 10), que não está explícito, tem por referência o “sol de um comprimido de aspirina”;
(D)os pronomes relativos “que” empregados nos versos 6 e 7 referem-se ao “dia” e exercem o papel de objeto direto;
(E) o sujeito dos verbos “levanta” e “vem” (verso 10) está explícito (“sol artificial”).


TEXTO II

Hino à dor
(Augusto dos Anjos)

Dor, saúde dos seres que se fanam,
Riqueza da alma, psíquico tesouro,
Alegria das glândulas do choro
De onde todas as lágrimas emanam...

És suprema! Os meus átomos se ufanam
De pertencer-te, oh! Dor, ancoradouro
Dos desgraçados, sol do cérebro, ouro
De que as próprias desgraças se engalanam!

Sou teu amante! Ardo em teu corpo abstrato.
Com os corpúsculos mágicos do tato
Prendo a orquestra de chamas que executas...

E, assim, sem convulsão que me alvoroce,
Minha maior ventura é estar de posse
De tuas claridades absolutas!

5 - Quanto aos termos técnico-científicos usados no poema de Augusto dos Anjos, pode-se afirmar que:
(A)apontam uma visão cientificista da vida e sugerem que a própria poesia – tendo em vista a dolorosa existência humana – pode ser reduzida a um fenômeno biológico;
(B) emprestam ao poema uma perspectiva naturalista que exclui o homem de qualquer dimensão cósmica;
(C) embora sejam tradicionalmente prosaicos, no poema ajudam a exprimir uma totalidade – física, química, biológica – em que a dor se confunde com a existência humana;
(D)demonstram entusiasmo com a explicação cientificista da existência, daí resultando um otimismo que acaba por converter a poesia numa espécie de “ufanismo” eloquente;
(E) sugerem a falência da linguagem científica como explicação única da existência humana.

6 - Uma interpretação da imagem “claridades absolutas”, no último verso do poema de Augusto dos Anjos, leva-nos à seguinte consideração:
(A)surge como prêmio final, ou seja, como uma metáfora da morte;
(B) sugere a estreiteza do universo interior do sujeito poético, em oposição à amplidão da dor;
(C) é uma metáfora que aponta o ideal clássico de poesia, segundo o qual esta resultaria da compreensão racional do universo;
(D)aponta uma espécie de lucidez embutida na própria dor, tendo em vista que esta leva a um entendimento radical da verdade humana;
(E) é uma paródia da poesia soturna do romantismo, sobretudo a da primeira geração.

7 - Quanto à posição de Augusto dos Anjos no quadro histórico da poesia brasileira, é correto afirmar que:
(A)tendo em vista a linguagem original do poeta, sua postura existencial e seu pendor para a dessacralização da poesia, não é possível inseri-lo simplesmente na estética pré-modernista, sendo mais correto entendê-lo como um poeta modernista;
(B) a simples inserção histórica do poeta nos quadros do Parnasianismo ou do Simbolismo parece inadequada, visto que sua procura pelo infinito na matéria e a frustração de não encontrá-lo no que é efêmero empresta à sua poética dimensão mais propriamente romântica;
(C) considerando que sua poesia está voltada para os temas da miséria da carne e da putrefação e que sua linguagem é baseada no materialismo evolucionista, pode-se dizer que o poeta está inteiramente integrado à escola naturalista;
(D)se a postura existencial do poeta o aproxima da frieza parnasiana e do ideal de observação positiva preconizado pelo cientificismo naturalista, o impulso de fundar uma literatura brasileira aproxima-o da literatura pré-modernista;
(E) não basta considerar os temas da miséria da carne e da putrefação e a linguagem baseada no materialismo evolucionista; é preciso ter em conta a poesia amorosa de Augusto dos Anjos, que o situa numa perspectiva romântica.

8 - Ao comparar os poemas de João Cabral de Melo Neto e de Augusto dos Anjos, identifica-se a seguinte semelhança:
(A)linguagem original, vocabulário exótico, rebuscado, científico, que acentua o caráter angustiante do pessimismo cósmico;
(B) linguagem “desmetaforizada”, o que cristaliza o desejo de superação da dor por meio da ciência;
(C) imagens e metáforas em que a própria poesia é questionada como instrumento de superação da dor;
(D)paródia dos ideais parnasianos de distanciamento e descrição objetiva, com conseqüente superação da dor por meio da subjetividade;
(E) vocabulário e imagens que, na tradição literária, de modo geral, são despidos de qualquer valor poético.

9 - Os poemas de João Cabral de Melo Neto e de Augusto do Anjos apresentam imagens ligadas à claridade. Com relação ao uso dessas imagens nos dois textos, analise as afirmativas a seguir:
I. Enquanto o poema de Cabral faz o elogio de uma luz artificial, que vence a dor, o de Augusto dos Anjos faz o elogio de uma luz que emana da própria dor.
II. Enquanto no poema de Cabral a claridade é uma metáfora da natureza humana, no de Augusto dos Anjos ela é material, real.
III. Enquanto no poema de Cabral a claridade é material, real, no de Augusto dos Anjos a luz é uma metáfora da natureza humana.
IV. Enquanto no poema de Cabral a luz está ligada ao fim da dor, no de Augusto dos Anjos a luz está na própria dor.
V. Enquanto o poema de João Cabral fala de uma dor objetiva, concreta, o de Augusto dos Anjos fala de uma dor abstrata, sem qualquer conotação física.

Assinale a alternativa correta:

(A)apenas a afirmativa III está correta;
(B) as afirmativas I, II e IV estão corretas;
(C) apenas as afirmativas I e IV estão corretas;
(D)apenas as afirmativas I e III estão corretas;
(E) apenas as afirmativas II e IV estão corretas.

10 - A respeito do “diálogo” que se estabelece no poema de Augusto dos Anjos, pode-se afirmar que:
(A)o eu-lírico se dirige ao leitor, já que, além do uso de pronomes e verbos na 2ª pessoa do singular, a função exercida pela palavra “dor” no primeiro verso jamais poderia ser a de vocativo;
(B) o eu-lírico se dirige à dor, o que pode ser comprovado pela presença de adjetivo feminino, de pronomes e verbos na 2ª pessoa do singular – procedimentos que não possibilitam atribuir a função de vocativo à palavra “dor” no primeiro verso do poema;
(C) o eu-lírico se dirige à dor, o que pode ser comprovado pela presença de adjetivo feminino, de pronomes e verbos na 2ª pessoa do singular – procedimentos que possibilitam atribuir a função de vocativo à palavra dor no primeiro verso do poema;
(D)o eu-lírico se dirige à própria dor, o que pode ser comprovado pela presença de adjetivo feminino, de pronomes e verbos na 2ª pessoa do plural – procedimentos que possibilitam atribuir a função de vocativo à palavra dor no primeiro verso do poema;
(E) o eu-lírico se dirige à própria dor, o que pode ser comprovado pela presença de adjetivo masculino, de pronomes e verbos na 2ª pessoa do singular.

Fonte: http://alub.com.br/mundoalub/alub_pre/documentos/pdf/PROVA-1D.pdf

Seis ou treze coisas que aprendi sozinho

Texto III, para responder às questões 1 e 2


Seis ou Treze Coisas que Aprendi Sozinho 

Lugar em que há decadência.
Em que as casas começam a morrer e são habitadas por morcegos.
Em que os capins lhes entram, aos homens, casas portas a dentro.
Em que os capins lhes subam pernas acima, seres a dentro.
Luares encontrarão só pedras mendigos cachorros.
Terrenos sitiados pelo abandono, apropriados à indigência.
Onde os homens terão a força da indigência.
E as ruínas darão frutos.
Manoel de Barros.



Questão 1
Considerando o texto III, julgue os itens a seguir, assinalando (V) para os verdadeiros e (F) para os falsos. 

0.( ) O poema apresenta uma linguagem, na norma padrão, que é utilizada em diversos gêneros, sobretudo em poemas amorosos, seguindo os padrões poéticos regidos pelas normas. 

1.( ) “Casas começam a morrer” (verso 2), “capins” (verso 3), “pedras” (verso 5), “mendigos” (verso 5),“cachorros” (verso 5), “Terrenos sitiados” (verso 6) explicitam o primeiro verso do poema “Lugar em que há decadência”. 

2.( ) A característica realista mais evidente no poema é a apropriação de cenas comuns, cotidianas, da cultura popular como forma de valorização da identidade nacional. 

3.( ) O último verso do poema ― “as ruínas darão frutos” ― está em sentido conotativo e representa que a 
“decadência”, que aparece no primeiro verso, tende a aumentar. 

4.( ) No verso “Luares encontrarão só pedras mendigos cachorros”, há uma gradação, pois o termo “Luares” foi empregado com o valor de “decadência”. 


Questão 2
Considerando o texto III, julgue os itens a seguir, assinalando (V) para os verdadeiros e (F) para os falsos. 

0.( ) O verbo haver, no sentido de existir, é impessoal e se conjuga sempre na 3ª pessoa do singular. Por analogia, a mesma regra de concordância se aplica ao verbo existir, como em Existe casas habitadas por morcegos. 

1.( ) A locução verbal “começam a morrer” (verso 2) focaliza o ponto inicial do evento descrito pelo verbo principal. Esse tipo de propriedade é chamada de aspecto verbal. 

2.( ) Embora os verbos entrar e subir sejam considerados tradicionalmente como intransitivos (verbos que não exigem complemento), nos versos 3 e 4, eles se apresentam com um objeto indireto, representado pelo pronome “lhes”. 

3.( ) Certos advérbios costumam ter mobilidade na sentença, podendo aparecer em diversas posições. É o caso do termo “só” (verso 5), cujo deslocamento, como em Só luares encontrarão pedras..., não altera a interpretação do verso. 

4.( ) No verso 5, o emprego de vírgulas entre “pedras”, “mendigos” e “cachorros” seria apropriado, caso se tratasse de um texto que não tivesse um caráter literário. 

Sermão do Mandato - Pe. Antônio Vieira

Leia o excerto do Sermão do Mandato de Pe. Antônio Vieira e responda às questões de 1, 2,3,4 e 5.

O amor sempre é amoroso; mas umas vezes é amoroso e unitivo, outras vezes amoroso e forte. Enquanto amoroso e unitivo, ajunta as extremidades mais distantes: enquanto amoroso e forte, divide os extremos mais unidos. Quais são os extremos mais distantes e mais unidos que há no mundo? O nosso corpo, e a nossa alma. São os extremos mais distantes; porque um é carne, outro espírito: são os extremos mais unidos; porque nunca jamais se apartam.
Juntos nascem, juntos crescem, juntos vivem: juntos caminham, juntos param, juntos trabalham, juntos descansam: de noite e de dia; dormindo e velando: em todo o tempo, em toda a idade, em toda a fortuna: sempre amigos, sempre companheiros, sempre abraçados, sempre unidos. E esta união tão natural, esta união tão estreita, quem a divide? A morte. Tal é o amor: Fortis est ut mors dilectio*. O amor, enquanto unitivo, é como a vida; enquanto forte, é como a morte. Enquanto unitivo, por mais distantes que sejam os extremos, ajunta-os: enquanto forte, por mais unidos que estejam, aparta-os.
Antes da Encarnação do Verbo, quais eram os extremos mais distantes? Deus e o homem. E que fez o amor unitivo? Trouxe a Deus do Céu à Terra, e uniu a Deus com os homens. Depois da Encarnação, quais eram os extremos mais unidos? Cristo, e os homens. E que fez o amor forte? Leva hoje a Cristo da Terra ao Céu.
* A morte é deleite do forte. (VIEIRA, A . Sermões. Porto: Lello e Irmão, 1959.)

Questão 1

A qual conceito de amor o texto de Vieira conduz?

A) Cristo e os homens amam diferentemente, o amor humano busca a união, o divino, a separação. 
B) O amor superior é capaz de buscar tanto a aproximação quanto a separação, se for benéfica ao ser amado. 
C) Forte é o amor capaz de vencer a todos os obstáculos para garantir a felicidade na relação amorosa. 
D) A morte é a conseqüência prevista quando se comprova a falta de amor entre as pessoas. 
E) Pessoas que amam verdadeiramente jamais abandonam o outro, permanecendo juntos sob qualquer dificuldade. 


Questão 2

A respeito do texto, assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas. 
( ) Caracteriza-se pela função poética embora pertença a um gênero em que predomina a função referencial da linguagem. 
( ) Apresenta o propósito fundamental de persuadir, o que implica o desenvolvimento da arte de convencer, seja usando jogos de idéias, seja de palavras. 
( ) Revela o princípio barroco do fusionismo, procurando diluir conflitos. 
( ) Traz subjacentes ao significante alegórico uma conotação política e a intenção de transformação do universo social português. 

Assinale a seqüência correta.

A) F, F, V, V
B) F, V, F, V
C) V, F, V, F
D) F, V, V, F
E) V, V, V, F


Questão 3

A argumentação no texto de Vieira caracteriza-se por

A) apresentação esquemática das informações, elencadas de forma concisa e objetiva.
B) construção do tema sob a forma de tópicos, independentes entre si.
C) reiteração de informações, inclusive pela repetição de vocábulos e cognatos.
D) jogo de perguntas/respostas que interrompem a explanação, possibilitando a participação do ouvinte.
E) preferência pela linguagem denotativa, evitando o uso de analogias e alegorias.

Questão 4

Que idéias NÃO são colocadas em relação antitética no texto?
A) Corpo / alma (linha 3)
B) Unitivo / forte (linha 9)
C) Trouxe / leva (linhas 12 e 13)
D) Amoroso / unitivo (linha 1)
E) Ajunta / divide (linha 2)


Questão 5

O Barroco dá especial atenção à sintaxe textual. A esse respeito, marque a afirmativa INCORRETA.

A) O uso dos conectores – umas vezes/outras vezes (linha 1), enquanto/enquanto (linhas 1 e 2) – exemplifica uma sintaxe de caráter contrastivo. 
B) As orações coordenadas assindéticas Juntos nascem, juntos crescem, juntos vivem constituem uma gradação de caráter temporal. 
C) Em O amor, enquanto unitivo, é como a vida; enquanto forte, é como a morte., há indicação de proporção, paralelismo entre as partes. 
D) Em todo o tempo, em toda a idade, em toda a fortuna é exemplo de enumeração, traço constitutivo do texto de Vieira.
E) Em Enquanto unitivo, por mais distantes que sejam os extremos, ajunta-os: enquanto forte, por mais unidos que estejam, aparta-os., as orações grifadas expressam condição necessária em relação a ajuntar e apartar.

Você sabe qual é a diferença entre chatear e encher?



Leia a crônica de Paulo Mendes Campos e responda às questões 1 e 2

Chatear e encher
Um amigo meu me ensina a diferença entre chatear e encher. Chatear é assim: você telefona para um escritório qualquer da cidade. 
- Alô! Quer chamar por favor o Valdemar?

- Aqui não tem nenhum Valdemar.

Daí alguns minutos você liga de novo:

- O Valdemar, por obséquio.

- Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar.

- Mas não é o número tal?

- É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar.

Mais cinco minutos, você liga o mesmo número:

- Por favor, o Valdemar já chegou?

- Vê se te manca, palhaço. Já não lhe disse que o diabo do Valdemar nunca trabalhou aqui?

- Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí.

- Não chateia.

Daí a dez minutos, liga de novo.

- Escute uma coisa! O Valdemar não deixou pelo menos um recado?

O outro desta vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis.

Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação:

- Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar. Alguém telefonou para mim?
(Para gostar de ler. Vol. 5. São Paulo: Ática, 1990.)


Questão 1

Na crônica são construídas relações envolvendo narrador e personagens. Sobre o assunto, assinale a afirmativa correta.

A) A fala – É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar. sinaliza o início da perda de paciência da pessoa que atende ao telefone.

B) Desde o início do texto, a pessoa que telefona mostra-se irritada com quem fala.

C) O uso do artigo o antes de Valdemar revela o distanciamento entre Valdemar e a pessoa que o procura.

D) O autor cria uma relação lúdica entre Valdemar e os funcionários do escritório.

E) A presença da datilógrafa é motivo para que o funcionário que atende ao telefone mantenha, durante a conversa, comportamento polido.

Questão 2

Sobre a linguagem utilizada por Paulo Mendes Campos, assinale a afirmativa correta.

A) A crescente irritação do funcionário que atende ao telefone é percebida pelos impropérios proferidos ao longo da conversa.

B) Os dêiticos aqui (linhas 4, 7, 9, 12 e 19) e aí (linha 13) são entendidos pelo leitor por referenciarem lugares em que estão os participantes do diálogo.

C) O texto traz vocábulos e expressões caracteristicamente regionais: por obséquio; datilógrafa; cavalheiro; Vê se te manca, palhaço.

D) A linguagem utilizada no texto é predominantemente formal, adequada a um diálogo entre desconhecidos.

E) A fala – Aqui não tem nenhum Valdemar., reescrita na modalidade escrita padrão, fica: Nesse escritório, não tem Valdemar.

Vexames

Leia o texto para responder às questões 1, 2 e 3.

VEXAMES 

Muita gente não sabe usar um celular. Veja o que você NÃO deve fazer com ele. 
* Não ande com o celular pendurado na calça. Fica feio. Guarde-o na mochila. Dá para escutá-lo do mesmo jeito.
* Desligue o celular durante as aulas – ou em lugares públicos, como o cinema. Depois você acessa a caixa postal e pega a mensagem. 
* Nunca telefone durante a aula. Não adianta se abaixar, nem cobrir o celular com o cabelo. As pessoas vão perceber que você está ao telefone. 
* Quando estiver com apenas uma amiga, não fique horas falando ao celular. 
* Não ofereça o seu telefone só para ser simpática. Lembre-se da conta que vai chegar.
(Capricho, 21/11/1999.) 

Questão 1

Sobre o texto, assinale a afirmativa correta.

A) Criticar o jovem que não sabe usar adequadamente o celular, chegando a situações de vexame, é a intenção do texto.

B) Certas escolhas lexicais permitem deduzir que o interlocutor pretendido é jovem, estudante, sexo masculino.

C) A linguagem do texto é formal, com complexidade sintática, adequada ao interlocutor que a revista em que o texto foi publicado pretende alcançar.

D) O texto pode ser classificado como gênero instrucional pela intencionalidade, por ser uma seqüência de recomendações e por apresentar verbos no imperativo.

E) Os argumentos apresentados no texto relacionam-se às áreas educacional, social e midiática.


Questão 2

Em relação aos recursos coesivos, assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) Na introdução do texto, o pronome você retoma o sentido de gente, e ele, o sentido de celular; ambos constituem coesão por substituição.

( ) Embora sem a presença de elementos coesivos interfrasais na primeira recomendação, a segunda frase acrescenta a idéia de explicação à primeira frase.

( ) As recomendações não estão ligadas por elementos coesivos interfrasais, o que as une é a progressão temática.

( ) Reescrevendo a última recomendação, sem alterar o sentido, fica: Não ofereça o seu telefone só para ser
simpática, portanto a conta vai chegar alta.

Assinale a seqüência correta.

A) F, F, V, V

B) V, V, V, F

C) V, F, V, F

D) F, V, V, V

E) F, V, V, F 5/33


Questão 3

Um dos fatores de coerência textual é a uniformidade de tratamento. Assinale a reescritura da segunda recomendação que NÃO respeita esse fator.

A) Desliguem o celular durante as aulas – ou em lugares públicos como o cinema. Depois vocês acessam a caixa postal e pegam a mensagem.

B) Desligai o celular durante as aulas – ou em lugares públicos como o cinema. Depois vós acessais a caixa postal e pegais a mensagem.

C) Desliga o celular durante as aulas – ou em lugares públicos como o cinema. Depois tu acessas a caixa postal e pegas a mensagem.

D) Desligue o celular durante as aulas – ou em lugares públicos, como o cinema. Depois tu acessas a caixa postal e pegas a mensagem.

E) Desliguemos o celular durante as aulas – ou em lugares públicos como o cinema. Depois nós acessamos a caixa postal e pegamos a mensagem.

Simulado do ENEM

Caderno de questões: Simuladão do ENEM - guia do estudante da ABRIL

http://guiadoestudante.abril.com.br/arquivos/simuladaoGE_Q_Linguagem_bx_15e16maio2010.pdf

Você não entende nada



Leia a letra da música abaixo, de Caetano Veloso, e responda às questões de 01 a 08.

Você não entende nada
Quando eu chego em casa nada me consola
Você está sempre aflita
Lágrimas nos olhos, de cortar cebola
Você está tão bonita
Você traz a coca-cola eu tomo
Você bota a mesa, eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você não está entendendo
Quase nada do que eu digo
Eu quero ir-me embora
Eu quero é dar o fora
E quero que você venha comigo
E quero que você venha comigo
Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não aguento
Você está tão curtida
Eu quero tocar fogo nesse apartamento
Você não acredita
Traz meu café com suíta eu tomo
Bota a sobremesa, eu como, eu como
Eu como, eu como, eu como
Você
Tem que saber que eu quero correr mundo
Correr perigo
Eu quero ir-me embora
Eu quero dar o fora
E quero que você venha comigo

Questão 01

Sobre as ideias do poema, marque V para as verdadeiras e F para as falsas.

( ) O eu lírico utiliza o pronome de tratamento você para dirigir-se ao leitor virtual.

( ) A posição ideológica do eu lírico é a de um inconformado com a vida que leva.

( ) Um dos quereres do eu lírico é que a mulher o acompanhe, que deixem a mesmice do cotidiano.

( ) Da postura do eu lírico frente à vida, é possível inferir que ele não corrobora com alguns valores sociais dominantes.

Assinale a sequência correta.

[A] F, F, V, V

[B] F, V, V, V

[C] V, V, F, V

[D] V, F, F, F

Questão 02

Em Quando eu chego em casa, o uso da primeira pessoa imprime

[A] maior concretude ao que é dito devido ao modo como é dito.

[B] possibilidade de o eu lírico afastar-se da posição de observador.

[C] maior subjetividade, levando o leitor a associar o eu lírico à visão pessoal do poeta.

[D] uma visão otimista da vida cotidiana do casal que vive intensamente um café da manhã.

Questão 03

Em relação aos recursos linguísticos e textuais, assinale a afirmativa correta.

[A] Em lágrimas nos olhos, de cortar cebolas, há presença de linguagem conotativa, própria de letra de música.

[B] O final do texto quebra a expectativa do leitor que acredita na partida do eu lírico sozinho.

[C] A presença do verbo ter, de expressões como tocar fogo e de palavras como curtida evidencia o caráter formal da linguagem utilizada.

[D] O modo de organização textual, como repetição de termos e de estrutura, compõe o efeito de sentido pretendido.

Questão 04

No trecho Você está tão curtida, a palavra curtida foi empregada com sentido de

[A] sofrida.

[B] extasiante.

[C] decepcionada.

[D] desiludida.

Questão 05

No trecho Eu me sento, eu fumo, eu como, eu não aguento, a repetição da palavra eu constitui

[A] elemento de retomada.

[B] forma de progressão.

[C] recurso enfático.

[D] articulador lógico.

Questão 06

Os versos Bota a sobremesa, eu como, eu como / Eu como, eu como, eu como são organizados por meio de vírgulas para

[A] articular elementos próprios da estrutura da sintaxe oral com ideia de contraste.

[B] separar orações subordinativas, enfatizando-as.

[C] elencar ações recorrentes, com um mesmo plano de importância.

[D] destacar ações passadas pertencentes ao mesmo campo lexical.

Questão 07

Da leitura do texto, é possível construir qual imagem de mulher?

[A] Sonhadora

[B] Esperançosa

[C] Submissa

[D] Conformada

Questão 08

Leia o trecho:

Traz meu café com suíta eu tomo

Bota a sobremesa, eu como, eu como

Eu como, eu como, eu como

Você

Tem que saber que eu quero correr mundo

Sobre a construção desse trecho, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) A ausência de pontuação junto à palavra você contribui para criar um sentido ambíguo.

( ) Um dos sentidos possíveis para a palavra você pode ser considerado vulgar por remeter à mulher.

( ) Os verbos trazer, botar e ter encontram-se no modo indicativo.

( ) A palavra suíta, marca de um dos primeiros adoçantes surgidos no Brasil, significa no texto o próprio produto.

Assinale a sequência correta.

[A] V, V, F, F

[B] F, V, F, V

[C] F, F, V, V

[D] V, F, V, V

A função da arte



I.
Somente a Arte, esculpindo a humana mágoa,
Abranda as rochas rígidas, torna água
Todo o fogo telúrico profundo
E reduz sem que, entanto, a desintegre,
À condição de uma planície alegre,
A aspereza orográfica do mundo!
HOUAISS, Antônio (Org.) Augusto dos Anjos. 2. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1968. (Nossos clássicos)


II.
As coisas não querem mais ser vistas por pessoas
razoáveis:
Elas desejam ser olhadas de azul –
Que nem uma criança que você olha de ave.
Poesia é voar fora da asa.
BARROS, Manoel de. O livro das ignorãças. 4. ed. Rio de Janeiro: Record, 1997.  p. 21.




Responda:

1. Ambos os textos enfocam a arte na função de redimensionar o real para o homem. Justifique a afirmativa e comprove a sua resposta com fragmentos dos textos.

Fonte: http://www.uesc.br/vestibular/provas2007/UESC%201%20-Rosa-%202007.1.pdf