quarta-feira, 30 de março de 2011

Marchinhas de carnaval 2

 

Marchinhas de Carnaval

1. Como inspiração os alunos ouviram algumas das marchinhas de carnaval mais famosas no site: http://www.youtube.com/watch?v=V9_hL5PLdj8
2. Segundo levantamento realizado pelo Jornal Folha de S.Paulo, nos últimos dez anos a repetição de palavras e jargões nos sambas-enredo do carnaval paulistano contribuiu para a sensação de flashback do folião. Confira abaixo as palavras mais comuns do carnaval paulistano.
Amor: 138  vezes                   Coração: 81 vezes                  Carnaval: 76 vezes
Vida: 72 vezes                        Mundo: 68 vezes                    Samba: 65 vezes
Brasil: 65 vezes                      Emoção: 46 vezes

3. Para produzir a machinha seguiram os passos a seguir.
a) Aproveitaram  alguns do clichês carnavalescos citados na pesquisa
b) Escolheram um tema (brincadeira ou personagem) para a montagem do bloco de foliões (piratas, futebol, monstros, avessos e outros)
c) Levantaram palavras que fazem parte do tema.
e) Em pequenos grupos escreveram alguns versos.
f) Depois, lançaram no quadro todos os versos da sala e “lapidaram” até chegarem à versão final.
            O mais difícil foi escolher uma melodia, já que a maioria dos alunos conhece  pouco o ritmo das marchinhas – e a professora foi obrigada a cantar.

4. Os grupos de foliões desfilaram na quadra da escola e cantaram as marchinhas aos jurados.

Atividade desenvolvida pela professora de Língua Portuguesa e Literatura e demais professores  da E.E.B. Giovani Pasqualini Faraco.
Professora Lisandre Mara Klitzke

Ser Diferente é Normal
(Marchinha do “Bloco da Diversidade” 2º01 – Carnaval GPF 2011)


Todo mundo é diferente
Diferente é normal
Cada um tem o seu jeito
Um jeitinho especial.

É diferente, vem com a gente
Quero ver geral cantar
Nesse samba “mucho loco”
Cada um tem seu lugar.

(2x)
Diferente é normal
Diferente eu quero ser
Na verdade o que importa
O que importa é ser você

Pensamentos diferentes
Que se juntam pra sambar
Venham todos para a quadra
Venham todos festejar!

O abre alas
(Marchinha do “Bloco Futebol” 8ª 01 – Carnaval GPF 2011)

O abre alas
Alas para o gol (2x)
O abre alas que eu quero passar
Passar a  bola para a Maria
Maria Chuteira fazer o gol

O abre alas
Alas para o gol (2x)

Mãos para cima
Fazendo a festa
Hoje é dia de comemorar
A alegria que contagia
E a faz a multidão sambar

É futebol
É carnaval
Futebol é emoção
Emoção é “pegação”

Superamigos
(Marchinha do “Bloco dos super-heróis” 2º02 – Carnaval GPF 2011)


Quanto riso! Há! Quanta alegria!
Mais de mil amigos nessa folia
Homem aranha está perdido
Pelo amor da mocinha

Vem você, vem curtir
Vem  também se divertir
Veste a fantasia
Caia na folia.

Um por todos e todos por um
Bate samba e o coração (2x)

O bloco dos avessos
(Marchinha do “Bloco dos avessos” 3º01 – Carnaval GPF 2011)


Olha o troca-troca na avenida
Gente de todo o tipo é gente bonita
Mulher vestida de homem
Homem vestido de mulher
Aqui todo mundo troca
Só não troca quem não quer

(2X)
Na confusão
Nasce um enredo
O bloco dos avessos


Pirata Fanfarrão
(Marchinha do “Bloco dos Piratas” 1º02 – Carnaval GPF 2011)

(2X)
Ô! terra à vista
Vamos de navio

Descer na ilha pra levar
Para o Rio

O carnaval, o carnaval
Desse Brasil

Eu sou um pirata
Pirata Fanfarrão
Na avenida eu vou sambar
Como um canhão
Quando explode a emoção
Contagiando toda essa multidão

O carnaval, o carnaval
Desse Brasil

Samba na Zumbilândia
(Marchinha do “Bloco dos Monstros e Cia” 8ª 02 – Carnaval GPF 2011)


Na zumbilândia é diferente
Tem caixão e tem corrente                                           
É só emoção
Vampiros e lobisomens
andando como homens
na multidão

Não importa a fantasia
No ritmo do samba enredo
Não existe alma penada
Que não sambe não
na madrugada

É noite de alegria
Tudo é fantasia
Vem se divertir
Com monstros e companhia
Só os havaianos têm
(Marchinha do “Bloco dos Havaianos” 1º03 – Carnaval GPF 2011)


Eu quero ver essa galera havaiana se mexer
Ao som do carnaval
É muita alegria
Que contagia
Com a harmonia do samba
Surfando na avenida
Essa alegria
Só os havaianos têm

Só os havaianos têm

Halloween
(Marchinha do “Bloco do Halloween” 1º01 – Carnaval GPF 2011)

Solte a sua bruxa
Bote o terror na avenida
Não importa a fantasia
Fantasmas ou vampiros
Basta entrar na folia

Vem brincar com alegria
Mexa o esqueleto
E comece a requebrar
Solte os seus monstros
A escolha é sua
Vem pra cá

Reflexões sobre a linguagem



Interpretação de Texto
Instrução: As questões de números 01 a 05 tomam por base o seguinte fragmento do livro Reflexões sobre a linguagem, de Noam Chomsky (1928-):

Por que estudar a linguagem? Há muitas respostas possíveis e, ao focalizar algumas delas, não pretendo, é claro, depreciar outras ou questionar sua legitimidade. Algumas pessoas, por exemplo, podem simplesmente achar os elementos da linguagem fascinantes em si mesmos e querer descobrir sua ordem e combinação, sua origem na história ou no indivíduo, ou os modos de sua utilização no pensamento, na ciência ou na arte, ou no intercurso social normal. Uma das razões para estudar a linguagem – e para mim, pessoalmente, a mais premente delas – é a possibilidade instigante de ver a linguagem como “um espelho do espírito”, como diz a expressão tradicional. Com isto não quero apenas dizer que os conceitos expressados e as distinções desenvolvidas no uso normal da linguagem nos revelam os modelos do pensamento e o universo do “senso comum” construídos pela mente humana. Mais intrigante ainda, pelo menos para mim, é a possibilidade de descobrir, através do estudo da linguagem, princípios abstratos que governam sua estrutura e uso, princípios que são universais por necessidade biológica e não por simples acidente histórico, e que decorrem de características mentais da espécie. Uma língua humana é um sistema de notável complexidade. Chegar a conhecer uma língua humana seria um feito intelectual extraordinário para uma criatura não especificamente dotada para realizar esta tarefa. Uma criança normal adquire esse conhecimento expondo-se relativamente pouco e sem treinamento específico. Ela consegue, então, quase sem esforço, fazer uso de uma estrutura intrincada de regras específicas e princípios reguladores para transmitir seus pensamentos e sentimentos aos outros, provocando nestes ideias novas, percepções e juízos sutis.

(Noam Chomsky. Reflexões sobre a linguagem. Trad. Carlos Vogt. São Paulo:Editora Cultrix, 1980)

1-No início do fragmento, Chomsky afirma que há muitos motivos para estudar a linguagem e aponta alguns deles. Releia o fragmento e, a seguir, assinale a única alternativa que contém um objetivo de estudo da linguagem não mencionado pelo autor:

(A) verificar os modos de utilização dos elementos da linguagem no pensamento.

(B) descobrir os efeitos da utilização dos elementos da linguagem humana sobre os animais próximos ao homem.

(C) descobrir a ordem e combinação dos elementos da linguagem.

(D) identificar a origem dos elementos da linguagem na história.

(E) verificar os modos de utilização dos elementos da linguagem na ciência e na arte.

2-Lendo atentamente o fragmento apresentado, percebemos que Chomsky considera que os princípios abstratos e universais que regem a linguagem decorrem de características mentais da espécie.

Isso significa que considera a linguagem ligada

(A) ao plano da divindade.

(B) a acidentes históricos.

(C) a fenômenos aleatórios da natureza.

(D) ao plano biológico.

(E) à necessidade de sobrevivência.

3- No terceiro período do texto, o autor emprega três vezes o possessivo “sua”. Considerando que os possessivos apresentam nos textos uma função anafórica, ou seja, fazem referência a um termo oracional anterior, aponte a alternativa que indica o núcleo desse termo:

(A) elementos.

(B) linguagem.

(C) pessoas.

(D) ordem.

(E) ciência.

4-Chomsky usa para explicar seu ponto de vista uma expressão tradicional: a linguagem como “espelho do espírito”. O autor quer dizer, ao utilizar tal imagem,

(A) que a linguagem é o melhor meio de comunicação entre os homens.

(B) que o estudo da linguagem tem de se basear em fundamentos rigorosamente científicos.

(C) que descobrir como a linguagem funciona pode conduzir ao conhecimento de como o pensamento funciona.

(D) que a linguagem, como um espelho, pode revelar o espírito, mas não em sua totalidade.

(E) que o homem tem um modo de ser peculiaríssimo que não se revela pela linguagem.

5-Aponte a alternativa que apresenta, respectivamente, a as acepções utilizadas pelo autor no emprego das palavras “depreciar” e “questionar” em: “Há muitas respostas possíveis e, ao focalizar algumas delas, não pretendo, é claro, depreciar outras ou questionar sua legitimidade.”

(A) desprezar – garantir.

(B) valorizar – desvalorizar.

(C) menosprezar – refutar.

(D) marginalizar – negar.

(E) desvalorizar – discutir

Fonte: UNESP / 13/06/2010 PROVA DE CONHECIMENTOS GERAIS

domingo, 27 de março de 2011

Variedades linguística 2



Atividade

Da leitura do texto acima, pode-se inferir:



( ) A diversidade linguística se caracteriza pelas especificidades dialetais que contemplam as múltiplas possibilidades de uso da língua.

( ) O texto pode ser analisado pelo viés do preconceito linguístico dominante na ideologia normativa da língua.

( ) O texto apresenta um efeito de humor suscitado pela interpretação ambígua de Chico Bento.

( ) A temática do texto corresponde ao ensino dos padrões linguísticos necessários para o uso “correto” do “bom português”.

( ) A intervenção da professora toma como parâmetro uma equivocada visão da fala em relação à violação das regras de gramática.



Analise as proposições e coloque V para as verdadeiras e F para as falsas. Marque a alternativa CORRETA.

a) F V V F F

b) V V V F V

c) V F F V V

d) F F F V V

e) V V V F F

segunda-feira, 21 de março de 2011

Exercícios literários: Texto literário e não literário







Responda:

a) A que tipo de discurso (literário, científico, jornalístico, etc) podem ser associadas as informações que aparecem na fala do personagem das duas primeiras imagens?

b) Qual concepção de poesia leva o centauro a concluir pelo fim da poesia?

Alfinetadas 2

Etimologia popular 1





Tropeço - a graça e a lógica de certos engandos da fala
Ivan Ângelo

O compenetrado pintor de paredes olhou as grandes manchas que se expandiam por todo o teto do banheiro do nosso apartamento, as mais antigas já negras, umas amarronzadas, outras esverdeadas, pediu uma escada, subiu, desceu, subiu, apalpou em vários pontos e deu seu diagnóstico:

- Não adianta pintar. Aqui tem muita "humildade".

Levei segundos para compreender que ele queria dizer "umidade". E consegui não rir. Durante a conversa, a expressão surgiu outras vezes, não escapara em falha momentânea.

Há palavras que são armadilhas para os ouvidos, mesmo de pessoas menos humildes. São captadas de uma forma, instalam-se no cérebro com seu aparato de sons e sentidos - sons parecidos e sentidos inadequados - e saltam frescas e absurdas no meio de uma conversa. são enganos do ouvido, mais do que da fala. Como o tropeção de uma pessoa de boas pernas não é um erro do caminhar, mas do ver.

Resultam muitas vezes formas hilárias. O zelador do nosso prédio deu esta explicação por não estar o elevador automático parando em determinados andares:

- O computador entrou em "pânico".

Não sei se ele conhece a palavra "pane". Deve ter sido daquela forma que a ouviu e gravou. Sabemos que é "pane", ele assimilou "pânico" - a coisa que nomeamos é a mesma, a comunicação foi feita. Tropeço também é linguagem.

O cheque bancário é frequentemente vítima de um tropicão desses. Muita gente diz, no final de uma história de esperteza ou de desacordo comercial, que mandou "assustar" um cheque. Pois outro dia encontrei alguém que mandou "desbronquear" o cheque. Linguagens... Imagino a viagem que a palavra "desbloquear" fez na cabeça da pessoa: a troca comum do "l" pelo "r", a estranheza que se seguiu, o acréscimo de um "n" e aí, sim, a coisa ficou parecida com alguma coisa, bronca, desbronquear, sem bronca. Muitas palavras com status de dicionário nasceu assim.

Já ouvi de um mecânico que o motor do carro estava "rastreando", em vez de "rateando". Talvez a palavra correta lhe lembrasse rato e a descartara como improvável. "Rastrear" parecia melhor raiz, traz aquela ideia de vai e volta e vacila e vacila, como quem segue um rastro... Sabe-se lá. Há algum tempo, quando eu procurava um lugar pequeno para morar, o zelador mostrou-me um quarto-e-sala "conjugal". Tem lógica, não? Muitos erros são elaborações. Não teriam graça se não tivesse lógica.

A personagem Magda, da televisão, nasceu deles. Muito antes, nos anos 70, um grupo de jornalistas, escritores e atores criou o Pônzio, personagem de mesa de bar que misturava os sentidos das palavras pela semelhança dos sons. Há celebridades da televisão que fazem isso a sério. Na casa dos Artistas, uma famosa queria pôr um "cálcio" no pé da mesa. Uma estrela da Rede TV! falou em "instintores" de incêndio. A mesma disse que certo xampu tinha "PhD" neutro.

Estudantes e candidatos à universidade também tropeçam nos ouvidos. E não apenas falam, mas registram seus equívocos. Nas provas de avaliação do ensino médio aparecem coisas como " a gravidês do problema", "micro-leão-dourado" e, este é ótimo, "raios ultraviolentos".

Crianças cometem coisas tais, para a delícia dos pais. O processo é o mesmo: ouvir, reelaborar, inserir lógica própria e falar. Minha filha pequena dizia "água solitária", em vez de "sanitária". A sobrinha de uma amiga, que estranhava a irritação mensal da tia habitualmente encantadora, ouviu desta uma explicação que era quase uma desculpa e depois a repassou para a irmã menorzinha: - A tia Pat está "misturada".

(ANGELO, Ivan. Tropeços; a graça e a lógica de certos enganos. Veja, São Paulo, 23 abr. 2003).


Atividade
1. Diante de um termo desconhecido é comum o falante alterar sua forma, tornando-a semelhante a alguma outra palavra cujo uso seria admissível naquele contexto. Abaixo a uma lista de expressões usadas de forma errôneas, sua tarefa será dizer qual é a forma correta e explicar qual foi o procedimento linguístico que, provavelmente, determinou a criação destas palavras.

casas germinadas

trocar o fuzil

dente de cisne

tapar o sal com a peneira

chuva de granito

instinto de incêncio

assustar o cheque


2. Pesquise: Fique de ouvidos atento e levante o maior número de "tropeços" da língua e suas possíveis justificativas.

Apimentadas 1


Capitu de verdade
Teria a mulher de José de Alencar traído seu marido com Machado de Assis?
Roberta Paixão

Capitu, a mulher com "olhos de ressaca", traiu ou não seu marido Bentinho? Mote do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, esse é o mais célebre enigma da literatura brasileira. Páginas e páginas de crítica já foram gastas na tentativa de esclarecê-lo. Aqueles que ficam com a resposta afirmativa aceitam as razões de Bentinho, que é o narrador do livro: seu filho não tem nada a ver com ele, mas é a cara de seu amigo Escobar. A semelhança seria a prova do adultério de Capitu. Em duas crônicas escritas na semana passada para um jornal paulista, o escritor Carlos Heitor Cony acrescentou lenha a essa fogueira. E que lenha! Segundo Cony, a traição do livro é baseada num episódio da vida do próprio Machado. Sua tese é de que o autor de Dom Casmurro cobiçou a mulher de um próximo, assim como o personagem Escobar, e com ela gerou um filho, que Cony identificou com as iniciais M. de A. "Eles tinham a mesma testa, o mesmo cabelo crespo e alguns tiques iguais", escreveu Cony, acrescentando que M. de A. sofria de epilepsia, como Machado. Desse modo, com uma única penada, ele não apenas teria resolvido o grande mistério de nossa literatura, como também exposto uma passagem escandalosa da vida do maior escritor brasileiro, um homem que primava pela discrição.
Nome aos bois – Para chegar a tais conclusões, Cony desenterrou fofocas quase esquecidas. Em seu primeiro texto, publicado na quarta-feira, ele disse ter recorrido a "crônicas daquele tempo". Citou como testemunhas o médico Afonso Mac-Dowell, que atendia vários acadêmicos, e o escritor Humberto de Campos. Mesmo utilizando o artifício das iniciais, ele dava a entender qual seria a identidade do tal filho misterioso: o diplomata Magalhães de Azeredo, pessoa a quem Machado dedicou uma amizade paternal. Mas num segundo texto, que foi publicado no sábado, Cony reconhece que sua fonte principal foi uma crônica do livro Diário Secreto, de Humberto de Campos. Cony diz que as iniciais podem não ser do diplomata, mas continua sustentando sua tese polêmica: o adultério de Dom Casmurro tem como fundamento experiências do próprio Machado de Assis. O que Cony não se atreveu a fazer foi dar o passo seguinte. Ou seja, dar nome aos bois e tornar ainda mais escabrosa toda essa história. Pois, se M. de A. não é Magalhães de Azeredo, só pode ser o escritor Mário de Alencar, filho do romancista José de Alencar e de Georgiana Cochrane. Em sua crônica, Humberto de Campos chega a escrever as iniciais do suposto marido traído: J. de A. Em outras palavras: dois dos principais literatos do século XIX teriam sido vértices de um triângulo amoroso. Se verdadeira a hipótese, não foi só no campo da literatura que o realismo de Machado deu cabo do romantismo de Alencar. O relacionamento entre Mário de Alencar, autor de pouca notoriedade, e Machado de Assis realmente era próximo. "Mário, que não se dava bem com José de Alencar, até se referia a Machado como pai em suas cartas", lembra o escritor Antonio Olinto, conhecedor da vida de ambos. Como ninguém vai se dispor a fazer um teste de DNA nos restos mortais dos escritores, a insinuação de Humberto de Campos, cacifada por Cony, dificilmente será provada. De qualquer forma, não deixa de ser uma ironia que se levante uma suspeita dessas em relação a Machado de Assis, um escritor que dizia que jamais escreveriam uma boa biografia sua, "porque ninguém é mais reservado nessa matéria do que eu".

                                  Humberto levantou a bola

Havia, realmente, nos dois, traços fisionômicos que corriam paralelos. E aquela afeição paternal de Machado de Assis, tão desconfiado nas suas amizades e, no entanto, tão ligado a M. de A., cuja presença na velhice não dispensava um só dia?

Meses depois, em uma das minhas visitas ao consultório de Afonso Mac-Dowell, meu médico e amigo, este me recebe exclamando:

– Se você chega dois minutos antes, encontraria aqui um colega seu, da Academia.

– Qual deles?

– O M... M. de A.

Sem a menor lembrança, no momento, das palavras de Goulart de Azevedo, falei-lhe do nervoso do M., o qual não saía à rua sem companhia de um ou dois filhos.

– Nervoso, só, não – atalhou o médico.

E com ares misteriosos:

– Eu lhe digo aqui com a devida reserva: o M. é epilético.

Essa informação pôs um raio de luz em minha dúvida. J. de A. jamais sofreu de epilepsia. Machado de Assis morreu dessa moléstia. Como explicar, pois, a epilepsia de M. de A.?

Mergulhei no oceano desse mistério, tateantes as mãos do meu pensamento. Dom Casmurro não será uma história verdadeira? Aquele amigo que trai o amigo, aquele filho que fica de uns amores clandestinos, não seriam páginas de uma autobiografia?

Trecho de crônica de Humberto de Campos, em que o autor insinua que Machado de Assis teve um caso com a mulher de José de Alencar

Revistas Veja 11/08/99

Exercícios literários: Literatura e leitores


Confronte as duas informações a seguir:

a) “Se a literatura de uma nação entra em declínio, a nação se atrofia e decai.”

b) “O Brasil é um país de milhões de analfabetos e mesmo os alfabetizados leem pouco. Os livros novos dos melhores escritores brasileiros raramente alcançam uma tiragem superior a dez mil exemplares.”

domingo, 20 de março de 2011

Exercícios literários: O que é poesia?

Depois de refletir sobre os poemas que seguem, produza um texto em prosa, dando sua definição de poesia e manifestando sua opinião acerca da importância de ler/escrever poesia no mundo atual.

I. POÉTICA
1
Que é a Poesia?
uma ilha
cercada
de palavras
por todos
os lados.

2
Que é o Poeta,
um homem
que trabalha o poema
com o suor do seu rosto.
Um homem
que tem fome
como qualquer outro
homem.
                                   (Cassiano Ricardo. In: Jeremias sem chorar.)

II.
poesia
não
compra
sapato
mas
como
andar
sem
poesia?
                                   (Emmanuel Marinho. In: Margem de papel)