UEMG/ 2010
TEXTO 1
Irás a divertir-te na
floresta,
Sustentada, Marília, no meu
braço,
Aqui descansarei a quente
sesta
Dormindo um leve sono em teu
regaço;
Enquanto a luta jogam os
pastores,
e emparelhados correm nas
campinas,
toucarei teus cabelos de
boninas,
nos troncos gravarei os teus
louvores
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!
(Tomás Antônio Gonzaga)
TEXTO 2
UM SONETO PARA MARÍLIA
À maneira de Dirceu
Eis que um dia na mata se
banhava
Enquanto o deus as costas lhe
voltava.
Cupido... e estava nu,
inteiramente,
Pois que deixara à margem da
corrente
O arco terrível e a repleta
aljava.
Só aguardava ocasião... E, de
repente
As armas furta
sorrateiramente,
Surgem então as fauces
escarninhas
Dos silvanos e sátiros
astutos.
Põem-se a vaiar o Amor, sem
mais cautelas
Marília que, às ocultas, o
espreitava
—Ah! Temíeis as frechas quando
minhas!
(E o deus sorri) Vereis agora,
ó brutos,
O que Marília há de fazer com
elas!
(MARIO QUINTANA)
A respeito
dos dois textos, observe os seguintes comentários:
I. Quanto ao gênero literário,
o TEXTO 1 revela, encoberto na cena
descritiva, um lirismo confessional, através do qual o eu poético expressa o
seu amor, sua paixão.
II. O TEXTO 2 se constitui
como paráfrase do TEXTO I, ao reproduzir
as mesmas ideias deste.
III. O TEXTO 2 mostra um
locutor mais distanciado dos sentimentos e do confessionalismo amoroso; quanto ao gênero literário, este texto traz
uma tendência dominante do gênero narrativo.
IV. O TEXTO 2 contém
insinuações humorísticas e sensuais que ‘desconstroem’ o clima lírico e
confessional, presente na cena do TEXTO 1.
V. O TEXTO 2 centraliza seu
foco de atenção à personagem Marília, numa tentativa de recuperar o
confessionalismo amoroso escamoteado no TEXTO 1
VI. O TEXTO 2 desconstrói e
dessacraliza a cena e o sentimento amoroso do TEXTO 1, constituindo-se
como paródia deste.
Está CORRETO o que se afirmou
A) apenas nos itens II, IV, V,
VI.
B) apenas nos itens I, III, V, VI.
C) apenas nos itens II, III,
V, VI.
D) apenas nos itens I, III,
IV, VI.