Meu professor de análise sintática
Meu professor de análise sintática era o tipo do[sujeito inexistente.Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,regular com um paradigma da 1ª conjugação.Entre uma oração subordinada e um adjunto[adverbial,ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeitoassindético de nos torturar com um aposto.Casou com uma regência.Foi infeliz.Era possessivo como um pronome.E ela era bitransitiva.Tentou ir para os EUA.Não deu.Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.A interjeição do bigode declinava partículas[expletivas,conetivos e agentes da passiva, o tempo todo.Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.
(paulo leminski)
Pense:
1. Por que o eu lírico tem a intenção de matar o professor de análise sintática (ou melhor, os professores de língua portuguesa)?
2. O que você pensa sobre o ensino de língua portuguesa e sobre a importância (ou não) das regras de gramática.
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